Em seu texto, Djalma identifica, no conto "Pai contra mãe", de Machado de Assis, certos aspectos gerais dos contos, que foram enfatizados por Julio Cortázar. Destes aspectos, vou destacar, para comentar livremente - e já sem remissões a Machado ou Cortázar -, apenas um: a questão do tempo nos contos. Benedito Nunes, em seu livro O tempo na narrativa, ensina que o tempo de uma narrativa só é mensurável sobre dois planos: o do discurso e o da história. Ou seja: o tempo deriva da relação entre o tempo de narrar (Erzählzeit) e o tempo narrado (erzählte Zeit), segundo distinção de Günther Muller. Assim, nos contos, o "recorte temporal" do tempo narrado é exigido também em função do tempo de narrar. Creio que essa equação explica também a relevância e a exigência da intensidade como elemento central dos contos. No entanto, há muito a se esclarecer acerca do "tempo narrado" e do "tempo de narrar" - pois, certamente, nem o primeiro se esgota no tempo cronológico dos fatos contados, nem o segundo se identifica ao ponto de vista estrito do narrador. Mas, além disso, aparece no texto de Djalma, uma concepção que poderíamos pôr em nosso horizonte para refletir e explorar: por que a poesia é atemporal? Em que sentido o tempo comparece nos poemas? São questões interessantes para se pensar. Abraços! Sílvia Faustino.
domingo, 16 de agosto de 2009
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2 comentários:
O tempo na história, na literatura e na fotografia se apresenta numa linha invisivel onde inscrevemos nossas indagações, o texto de Djalma é oportuno pois me lembra o seguinte trecho de F.Novalis "o tempo é o espaço internalizado" e assim nos leva a busca de parir o tempo por meio destas narrtivas. abs ana Lívia
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