Inicialmente, obrigado pelo privilégio de ter sido "cobaia" do nosso GEP. rsrsrs
Acredito que temas relevantes e centrais para o GEP podem ser explorados em Rousseau, especialmente na leitura feita pelo Bento Prado Jr. Sua abordagem da obra rousseauniana, sobretudo a partir do "Ensaio sobre a origem das línguas", percebe uma retórica bem particular, que traz em si aspectos da estética, da ética e da política costurados pela linguagem melódica e afetiva.
Falando diretamente à Ana, me vejo no mesmo barco de indagações como vc! A leitura de Rousseau tb é nova pra mim. Mas, tentando refletir sobre algumas de suas questões, acho que posso inferir o seguinte: 1) Não consigo perceber um "estatuto ontológico" ou uma "metafísica" da linguagem em Rousseau. É sempre bom lembrar que, para Rousseau, "a palavra é a primeira instituição social"; tem caráter político que denuncia a necessidade dos acordos para o viver em sociedade. Se linguagem e vida social se fundam juntas, esta linguagem não poderia ter estatuto ontológico nem ser uma metafísica; 2) Parece que a "significação da linguagem", para Rousseau, se dá no campo da afetividade, da moral. Com os aspectos retóricos da linguagem não se faz ciência, como na lógica, mas também não se deixa de "conhecer" o mundo quando se faz uso dessa linguagem moral/política. Porque, ao que parece, o mundo é político e para um mundo político a linguagem deve ser política/retórica, capaz de convencimento. O que não quer dizer que houve, da parte de Rousseau, um abandono dos aspectos lógico-gramaticais da linguagem em detrimento dos retórico-políticos. Na analogia que faz da linguagem com a música, comparando a escrita com a harmonia, Rousseau ressalta que este processo é natural. O aperfeiçoamento da linguagem (e da música) gera, simultaneamente, o empobrecimento de sua força original, cedendo lugar à violência das coisas.
Bem, acho que compliquei mais do que ajudei! rsrsr
Mas a ultima postagem da profª Silvia é muito esclarecedora. Vale a pena conferir.
Aroldo Mira
Acredito que temas relevantes e centrais para o GEP podem ser explorados em Rousseau, especialmente na leitura feita pelo Bento Prado Jr. Sua abordagem da obra rousseauniana, sobretudo a partir do "Ensaio sobre a origem das línguas", percebe uma retórica bem particular, que traz em si aspectos da estética, da ética e da política costurados pela linguagem melódica e afetiva.
Falando diretamente à Ana, me vejo no mesmo barco de indagações como vc! A leitura de Rousseau tb é nova pra mim. Mas, tentando refletir sobre algumas de suas questões, acho que posso inferir o seguinte: 1) Não consigo perceber um "estatuto ontológico" ou uma "metafísica" da linguagem em Rousseau. É sempre bom lembrar que, para Rousseau, "a palavra é a primeira instituição social"; tem caráter político que denuncia a necessidade dos acordos para o viver em sociedade. Se linguagem e vida social se fundam juntas, esta linguagem não poderia ter estatuto ontológico nem ser uma metafísica; 2) Parece que a "significação da linguagem", para Rousseau, se dá no campo da afetividade, da moral. Com os aspectos retóricos da linguagem não se faz ciência, como na lógica, mas também não se deixa de "conhecer" o mundo quando se faz uso dessa linguagem moral/política. Porque, ao que parece, o mundo é político e para um mundo político a linguagem deve ser política/retórica, capaz de convencimento. O que não quer dizer que houve, da parte de Rousseau, um abandono dos aspectos lógico-gramaticais da linguagem em detrimento dos retórico-políticos. Na analogia que faz da linguagem com a música, comparando a escrita com a harmonia, Rousseau ressalta que este processo é natural. O aperfeiçoamento da linguagem (e da música) gera, simultaneamente, o empobrecimento de sua força original, cedendo lugar à violência das coisas.
Bem, acho que compliquei mais do que ajudei! rsrsr
Mas a ultima postagem da profª Silvia é muito esclarecedora. Vale a pena conferir.
Aroldo Mira
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